sexta-feira, 17 de junho de 2011

As concepções de Maria Veleda sobre a educação das crianças

Maria Veleda, Alves Torgo e aluna(o)s do Centro Escolar Republicano Afonso Costa

A vocação de Maria Veleda para o ensino prende-se com a sensibilidade e a afectividade que a levam a gostar das crianças e a apaixonar-se pela tarefa de as educar.

Ela acreditava que a educação era a luz que iluminava as vidas, o motor do progresso económico e da transformação social, a fonte de felicidade individual e colectiva.

As crianças simbolizavam a esperança e o futuro; instruí-las e educá-las eram as melhores garantias para a construção de um mundo novo.

No início do século XX, Maria Veleda escrevia o seguinte:

“Educar é amar. Da educação, boa ou má, proveitosa ou negativa que se ministrar hoje, depende a glória ou a baixeza de amanhã. Se uma criança que morre pode ser um miserável de menos, também pode ser uma esperança que se desfolha. Por isso, eu amo as crianças. Amo-as porque são fracas e desprotegidas... e também porque o Futuro lhes pertence, porque de cada uma há-de jorrar a luz que ilumine a treva desta sociedade injusta e gangrenosa.”

A crença na educação como fundamento de uma sociedade mais justa e melhor mantêm-se ao longo da vida. Quarenta anos depois, num discurso sobre educação infantil, dizia ainda:

“A escola é o largo horizonte onde flameja o sol rutilante e acolhedor da instrução... completada com a educação, cimentada no espírito de Igualdade, de Justiça e de Solidariedade que devem preparar os homens de hoje para a sociedade unificadora de amanhã.”

A importância atribuída à escola está intimimamente ligada às qualidades científicas, pedagógicas e éticas que, segundo Maria Veleda, os professores devem possuir, porque é preciso "ser bem educada(o) para poder educar bem. Os professores devem ter da vida uma concepção nítida e perfeita...; estar ao corrente dos progressos científicos e culturais da civilização mundial e, sobretudo, terem um espírito fino e delicado, uma alma feita para compreender todas as misérias sociais e pronta a procurar-lhes lenitivo."

Em seu entender, as professoras e os professores deviam entregar-se à tarefa de educar com amor, dedicação e espírito de missão quase religioso, para que a escola se transformasse no farol que iluminasse as trevas da ignorância e na forja que preparasse homens e mulheres livres, conscientes, responsáveis e intervenientes na sociedade, porque “a educação deve ser o primeiro e o mais importante cuidado dos que trabalham em prol da emancipação humana.”

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