quarta-feira, 30 de novembro de 2011

As mulheres portuguesas na propaganda republicana


“(…) Maria Veleda, professora e jornalista, das mais combativas, autora teatral, pena vigorosa e atacante. (…)
Maria Veleda, a mais combativa, a maior lutadora de todas as mulheres que ajudaram a vingar as novas ideias republicanas, ainda vive, no limiar dos oitenta e dois anos, saudosa dos tempos idos, da República Portuguesa.
Lúcida, de uma memória assombrosa, ainda nos contou os pequenos pormenores da implantação da República, a alegria doida que todo o povo sentiu.
Vingara a República, vingaram as ideias republicanas. Essa a maior alegria de Maria Veleda.
Passaram os anos. A mulher continua a interessar-se pelos problemas gerais, pelos problemas da Pátria. Soldado idealista, mas condicionado pelas leis antigas e injustas, mantem-se firme, corajosa, desassombrada. (…)”
(Rosália Braamcamp, República, 6.10.1951, p. 12)



A obra dos Centros Republicanos. Foi daqui, das janelas do Centro Republicano da Ajuda que Maria Veleda viu surgir vitoriosa nas mãos do Povo a «sua» querida bandeira da República


“(…) Já lá vão mais de 41 anos. Maria Veleda ficara na Ajuda, aguardando o resultado da Revolução do 5 de Outubro. (…)
Ao assomarmos, também às janelas do Centro Escolar Republicano da Ajuda, (…) éra-nos impossível visitar o Centro sem que nos acompanhasse, em espírito o perfil dessa mulher talentosa e combativa, que foi Maria Veleda. Foi ela, dentre todas as mulheres que propagandearam as ideias republicanas, a que mais se distinguiu pelo seu arrojo e pelo seu entusiasmo. Lado a lado com os maiores paladinos da República, Maria Veleda foi a primeira propagandista das novas ideias. Como escritora, com os seus livros e peças teatrais; como conferencista, com os seus discursos vibrantes e incisivos; e como professora, devotada à nobre missão de combater o analfabetismo.
Tínhamos, pois, que lembrá-la, tal como então foi e agiu. E lembrar também a lucidez dos oitenta e tantos anos que hoje conta, ainda serena e crente na vitória dos ideais por que tanto batalhou, honrando a mulher e honrando a República. (…)”
(República, 31.12.1951, p. 16)

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