quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Como era considerada a mulher em 1910?

A Crónica, Junho de 1902,p. 1


Como era considerada a mulher em 1910?
Responde a escritora Maria Veleda…


“(…) A mulher portuguesa tinha de estar presente na campanha em prol da República, já pelos seus dotes de apostolado, já pelas suas reivindicações a que lhe negavam a merecida justiça. (…)
Assim, a mulher portuguesa agiu notavelmente na propaganda das ideias republicanas, lado a lado com o homem, na imprensa, nos comícios, na literatura, no ensino e no teatro – sem dúvida um dos mais poderosos meios de educação e de propaganda das ideias.
Conquistando posições e firmando as suas qualidades, a mulher portuguesa de 1910 traçou um destino novo às suas vindouras – um destino livre, independente de conceitos retrógrados e de grilhetas seculares, mais digno e de mais larga comparticipação em todos os campos de actividade.
Vão passados 42 anos…
(…) Maria Veleda – propagandista de primeiro plano no advento da República, escritora e conferencista das mais ilustres, mulher de luta, corajosa e ousada, que ainda sobrevive, para conforto e estímulo de todos nós.
Maria Veleda conta hoje oitenta e tal anos. Mas o seu espírito, a sua notável coerência nas ideias republicanas, afirmam-se com tal frescura e vigor, que não é exagerado dizer-se que ela se conserva a mesma mulher de trinta e tantos anos que à propaganda da República dedicou toda a sua inteligência, todo o seu talento e toda a sua inesquecível combatividade.
Fomos procurá-la, portanto, e admirar, mais uma vez, o seu espírito moço e a sua intelectualidade sempre viva e requintada.
(…)”
(Rosália Braamcamp, República, 4.10.1952, p. 11)

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